Alan Caldas
A política partidária, que é a parte da “política” que visa chegar ao Poder, tem um ódio inato a ela, que já nasce com ela.
A eleição presidencial entre Serra e Dilma tem mostrado isso claramente.
Serra é comedido, é o paulista típico: fino, educado, trabalhador e tem um viés cristão que o faz levar tapa na cara e dar a outra face. Entretanto, quem assiste aos debates vê pauleira do início ao fim e sempre Serra batendo.
Dilma é mineira. Dizem que mineiro trabalha na sombra, que bate e esconde a mão, como gato. É dos mineiros a fama de bebe-quieto. Mas Dilma, como se vê nos debates, solta o verbo, e às vezes fica tão furiosa que dá impressão que vai atacar Serra no braço e não no verbo.
O que se vê nos debates é rancor contido, ódio destilado em quinta essência que também pode ser visto nos programas da tevê.
O programa do Serra na tevê é cara limpa. Os “marqueteiros” (esses infames) não usam tantos recursos de photoshop. Já Dilma na tevê é puro filtro, Dilma nem parece ela, tão virtualmente maquiada que a fazem. Mas fora os recursos de dissimulação, resta a verdade do ódio. Serra bate. Dilma rebate e também bate, e bate pesado. Ódio que vem, ódio que vai, tudo comprovando que a violência é monótona e repetitiva e nada mais que violência é o que ela gera.
Dias atrás, Serra estava numa missa e tiveram de tirar o padre escoltado, pois ele começou a falar bem do PT no sermão e começou uma pauleira física na porta da igreja.
É o fim do poço!
A última série de pancadarias envolve um assessor de Serra. Tiraram a Erenice e entrou um tal de “Preto”.
Quem viu o programa de hoje, viu que Dilma faz de tudo para provar que Serra “também é corrupto”. Se Dilma não tivesse se comparado, dias atrás, a Joana Darc e a Madre Tereza de Calcutá (uáááú!!!!) até se acreditaria. Mas depois de Madre Tereza, vê-se que “vale tudo” MESMO!!!
Já Serra vai tanto à missa, que se deixar, os marqueteiros dele dirão que ele estava na Santa Ceia “e não era Judas” (que os marqueteiros farão de tudo para provar que era a dona Dilma).
O ódio é contaminante. Quando ligam Dilma a Collor, ela vira renúncia e corrupção. Quando ligam Dilma a Sarney, ela vira traição. E se a ligam a José Dirceu, Dilma é mensalão. E o desatento pensa que ela realmente é.
Mas o troco sempre vem. E hoje Dilma quase se rasgou para fazer o eleitor acreditar que Serra é “tão corrupto” quanto os que ele mostra estarem próximos de Dilma.
O desatento de ambos os lados engole, pois confunde alhos com bugalhos. É de chorar!!!